Thursday, November 09, 2006

Vai mal o mundo...II

Começando por esclarecer a Ana, uma Espanha minada de deferenças? Não falo só na ETA, que é a faceta mais visível, por outra, faço-te uma pergunta, existe, de facto, uma nacionalidade espanhola? Eu acho que não, porque antes de serem espanhóis, nuestros hermanos, são: galegos, aragoneses, valencianos, catalães, asturianos, bascos, castelhanos, andaluzes, granadinos... Enquanto que em Portugal, todos somos portugueses, e depois sim, tu serás algarvio e tu madeirense e o outro beirão e eu ribatejano. Pode parecer uma mera questão de precedência, mas faz toda a diferença para a unidade nacional, para utilizar a espressão em voga.

Respondedo à pergunta do Nuno: sim, vai mal o mundo! Perdoem-me o pessimismo... Tudo quanto foi dito no comentário anterior são verdades (talvez com a excepção do aumento da camada de ozono, ainda por provar, e no qual, francamente, não acredito). Mas eu não me referia tanto aos progressos técnicos ou científicos. Eu referia-me aos progressos humanos, que, obviamente têm na política o seu reflexo.

Oh Nuno, permite-me que discorde veementemente num aspecto: lá por a história estar manchada de conflitos, isso não significa que os mesmos, por serem em proporção menor (algo de que também discordo), sejam aceitáveis! A meu ver, daquilo que conheço de história, não há, nem pode haver, comparação da instabilidade político-social que vivemos hoje em dia com qualquer outro período, porque estamos no século XXI d.C. e não na Idade Média! Falaste-me ainda das Guerras Mundiais; há alguém que hoje em dia ainda não tenha pensado, mais do que uma vez, que a terceira vem a caminho? Acreditas que toda esta instabilidade crescente acentuada pela crise económica, e pela consequênte radicalização de mentalidades, não terá outro tipo de consequências? Os casos que falei no primeiro post, são apenas alguns dos reflexos mais evidentes...

O mundo vai mal, porque a tolerância, a paz, a compreensão, a entreajuda, a cooperação, tudo isto não passam de vocabúlos gastos e sem significado, que começaram a fazer algum sentido em tempos mais bonançosos, mas que agora, em tempos de crise, se esquecem propositadamente. É o cada um por si, e que se lixe Quioto, o ambiente, o diálogo interreligioso, etc.

A ciência cura a humanidade dos males físicos, mas ainda não a cura dos males do espírito e da mente. E é disso que padecemos agora; é para isso que necessitamos de remédio...

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