Friday, September 14, 2007

O Mito

Há-os aos montes. De todas as cores, tipos, feitios, para todos os gostos. Têm os corpos esculpidos pelas dietas-maravilha, pelas anorexias e bulimias e caracteriza-os o requinte (ou falta dele) dos novos-ricos. Pior: dos pseudo-chiques. Abusam da maquilhagem, dos berlitoques e do reluzente tanto quanto cortam no tamanho da roupa. Consideram a simplicidade um pecado e fazem da ostentação de si mesmos um modo de vida.
Inundam-nos as praias, os cartazes publicitários, as ruas. Olham-nos do alto do seu pedestal com a certeza e rudeza de quem sabe que prende as atenções. Têm rituais próprios que, embora não restritos aos da sua espécie, lhes são fundamentais: as discotecas, o passe do cigarro, os cacarejos exageradamente altos, o passo firme.
Mas, no fundo, não passam de um monte de nada. Sereias mudas de água doce e capitães de esgoto, só isso.

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