Tuesday, March 06, 2007

Londres

Sentei-me e apertei o cinto. Verifiquei se estava bem apertado.Não tenho medo de voar mas também não tanho nenhum fetish especial por bater com a cabeça em bancos da frente.
Estava sozinho. Não tinhamos conseguido bilhetes todos juntos devido a todas a complicações do check in. Agora que pensava nisso...Eu que não tinha a fotocópia dos BIs dos meus pais. A Ana Isabel que não lhe queriam reconhecer a assinatura do advogado. A teacher quase que não podia ir porque lhe tinham posto um nome na reserva e outro no bilhete...Mas agora já tavamos todos dentro do Boeing comodamente instalados. Era um alivio! Inda agora eram pouco mais do que 8 da manha e já parecia que o dia ia a meio...acordar as 3 da manhã dá nisto! Uma sra sentou-se ao meu lado esboçando um sorriso simpático. Demonstrava o à vontade de quem estava habituada a viajar. Começei a ler o Público que a British Airways me tinha gentilmente oferecido no Aeroporto. O avião foi-se enchendo...
Por fim descolamos! É uma sensação maravilhosa, sentirmo-nos a elevar do chão. Olhei pela janelinha à minha direita e vi Lisboa e o Tejo a brilharem à luz de um sol quase primaveril. O céu quase limpo permitia ter grandes vistas e diverti-me durante aqueles minutos a observar a paisagem primeiro urbana, depois rural, e as nuvens. Agora estavam a altura dos meus olhos e podia-se dizer, literal e metaforicamente que eu estava nas nuvens.
Gastei as duas horas e pouco de viagem a ler jornais, revistas e Memórias de uma Gueixa, que a Ana me tinha tão gentilmente cedido. Comi pouco, porque os aviões não têm só a fama, têm o proveito também. Olhava pela janela de quando em vez. Planícies, serras, planatos, praias, mar aberto...Todos se sucediam a uma velocidade estonteante...Não dormi nada. As hormonas são tramadas.
Avistamos a costa britânica. Sobrevoamos as prefeitamente ordenadas propriedades rurais dos súbditos de Sua Majestade Britânica. Fizemos duas voltas à "rotunda" devido ao trafego aéreo. Aterramos. E quando a borracha tocou o alcatrão não se incendiaram só faíscas no chão, mas também no meu espírito. Era um sonho tornado realidade!
O resto meus caros: é simplesmente indescritível. Imaginem dois meses de vida em Portugal. Condensem todos esses eventos e acontecimentos em 5 dias. Façam-los passar a velocidade de um único dia. Bem, terão uma ideia muito geral do que foi esta incrível experiência.
Quando voltamos à Portela tentei entrar à sucapa pa dentro de outro avião que partisse para lá mas quase que me mandavam prender. E curei a ressaca de desânimo por ter regressado (não por estar em casa, mas por já não estar lá) a jogar às cartas com o pessoal das 8 da noite até quase às 3 da manha...

1 Comments:

Blogger Luisa Oliveira said...

Que saudades que eu tenho daquilo!

7:54 pm  

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